No entanto, quando eles surgem, devemos investigar as suas causas e definir ações corretivas para evitar que voltem a acontecer ou pelo menos, tentarmos que a situação não se repita.
A questão que se coloca é como podemos investigar a causa de um acidente de uma forma sistemática.
Vamos fazer o paralelo com o sistema de gestão da qualidade para explicar o conceito.
Imaginem que o acidente é como uma não conformidade de um sistema de gestão da qualidade.
Exatamente como acontece num sistema de gestão da qualidade, temos que registar a anomalia (o acidente) com os dados que conseguirmos reunir, incluindo a data do acontecimento e a pessoa acidentada.
Os dados recolhidos serão a base para a nossa investigação das causas do acidente. Se possível, visitem o local e / ou falem com as pessoas envolvidas.
Registem as possíveis causas que resultaram da investigação do acidente.
Definam a ação ou ações corretivas, com prazos e responsáveis, em função das causas descritas.
Deverão também verificar e, eventualmente, rever a avaliação de riscos efetuada.
Implementem as ações corretivas.
Após um prazo definido, verifiquem a eficácia das ações corretivas, nomeadamente, se foram implementadas (por exemplo, através de uma auditoria ao local e / ou ao processo respetivo) e se voltou a acontecer acidentes ou incidentes deste tipo.
Caso não tenham verificado mais nenhum acontecimento deste tipo, então pode-se concluir que as ações foram eficazes.
Se tiver acontecido mais algum acontecimento deste tipo, então as ações corretivas não foram eficazes e deverão analisar de novo as causas do acidente e definir novas ações corretivas.
Registem as conclusões.
Desta forma, investigam um acidente da mesma forma que investigam uma não conformidade, num sistema de gestão da qualidade.
Em resumo:
Acidente ----- > Investigação das causas ----- > Definição das ações corretivas com prazos e responsáveis ----- > Verificação da eficácia das ações corretivas
Caso se verifique que a ações corretivas não foram eficazes, deve-se investigar de novo as causas do acidente e definir novas ações corretivas.
No entanto, existem situações, em que além das ações corretivas, é necessário uma correção.
Mas correção não é o mesmo que ação corretiva?
De acordo com a NP EN ISO 9000:2005, existem diferenças.
Uma correção é uma ação para eliminar uma não conformidade.
Reparem que, ao contrário da ação corretiva, não é referido a eliminação / investigação da causa.
Neste caso, estamos a atuar diretamente sobre a não conformidade (no nosso caso, podemos considerar que é o acidente) e não sobre as suas causas.
Uma correção pode ser efetuada em conjunto com uma ação corretiva.
Não esqueçam que tudo isto (correção, investigação das causas, ação corretiva e avaliação da eficácia) deve estar suportado por um registo (papel, informático ou ambos) de forma a permitir o seu seguimento e gestão.
Como exemplo de um possível registo, temos o seguinte impresso que também permite o registo de ações preventivas, que não foram abordadas neste artigo.
Registo |
Pedro Marques
Consultor, Formador e Auditor de Sistemas de Gestão
Publicado originalmente no meu site em 17 de Junho de 2014
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