terça-feira, 2 de maio de 2017

A Gestão de Topo no cerne da ISO 9001:2015

A ISO 9001:2015, comparativamente à versão da norma de 2008, trouxe muitas alterações. As que são mais referidas são a introdução do conceito de risco, oportunidades, desaparecimento das ações preventivas através da utilização do conceito de risco, o conceito de partes interessadas, o desaparecimento dos 6 procedimentos obrigatoriamente escritos, entre outras.

Fase com Qualidade

Curiosamente, outra alteração que a versão de 2015 tem é sobre a não obrigatoriedade da existência do representante da gestão, vulgarmente representado pelo Responsável da Qualidade ou Diretor da Qualidade, que é menos referida e, no entanto, na minha opinião é uma alteração das mais significativas. Esta alteração tem subjacente que a Gestão de Topo, ou seja, o Gerente, o Diretor Geral ou a Direção assume a responsabilidade do sistema de gestão da qualidade (SGQ). Pode-se dizer-se que este facto não é uma novidade desta versão porque a norma ISO 9001:2008 já o referia, mas a questão é que a versão de 2015 o diz de uma forma clara no requisito 5.1.1 ao indicar que a Gestão de Topo “assume a responsabilização pela eficácia do sistema de gestão da qualidade”.

Na versão de 2015 da norma, a Gestão de Topo é obrigatoriamente mias envolvida e responsabilizada pelo SGQ o que terá como consequência a tendência para deixar de ver o SGQ como algo que só serve para obter a certificação da empresa e que só se vê na altura da realização da auditoria, o que, infelizmente, ainda acontece muitas vezes nas organizações. Só desta forma, o SGQ, nessas organizações, deixará de ser visto como um custo e sim como algo que pode contribuir para a melhoria da empresa e para a satisfação dos clientes.


Cabe à Gestão de Topo, agora claramente responsabilizada pelo SGQ, tirar todo o proveito do SGQ para que este não seja apenas um conjunto de regras e procedimentos que a norma obriga a cumprir para passar a ser algo com valor e que faz a empresa melhorar e atingir os seus objetivos. Cabe também à Gestão de Topo providenciar os meios necessários e definir a política a seguir de forma a que o SGQ não seja um apêndice estranho ao dia a dia da empresa. Ao fim ao cabo, cabe à Gestão de Topo gerir o SGQ como uma ferramenta de gestão para obter o sucesso. 

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